O Mercado Brasileiro de Óleos Básicos foi o tema da palestra apresentada pela Petróleo Brasileiro. Na análise do gerente de comércio interno de lubrificantes e parafinas, Bernardo Lemos, o mercado está crescendo e a expectativa é atingir de 3 a 5%. “Estamos com uma capacidade de entrega muito boa, estamos bem preparados com as Refinarias em plena produção, as importações com uma capacidade de armazenagem e logística muito boa, então existe hoje, uma disponibilidade, um nível de serviço muito bom por parte da Petrobras”.
Para Lemos, o mercado está cada vez mais competitivo o que é positivo para o país. “É bom para o mercado brasileiro um número maior de empresas disputando esse mercado, participando, é saudável”.
Ele lembrou que existe um excesso de oferta, mas no mercado externo, o que não altera o mercado nacional, uma vez que a empresa que importar o produto precisa ter capacidade de armazenamento, de logística para entrega, ou seja, precisa estar bem posicionada no mercado. “Faz a diferença e nós estamos em uma situação privilegiada”.
Na análise da Petrobras a readequação das empresas produtoras no mercado, a partir da Resolução 18 deverá alterar um pouco os negócios. “Vai ter uma concentração, então muda um pouquinho a forma da gente trabalhar. A tendência é que não exista um número tão grande de empresas pequenas, aconteça uma consolidação do mercado”.
Por outro lado, explica, as empresas que ficarem deverão ser mais profissionais e mais sérias, e deverão focar em uma parceria, um relacionamento mais estável, de longo prazo e menos oportunista.
Óleos básicos importados: oportunidades para o mercado nacional foi o tema abordado pelo diretor da Lubekem, Cláudio Pereira da Silva. Segundo ele, em um cenário de profundas transformações em curso no mercado mundial de lubrificantes e óleos básicos, é importante destacar alguns pontos: as transformações continuarão em ritmo acelerado, mas há grandes oportunidades para o Brasil e entre elas, a importação de básico de alta qualidade e com preços competitivos; para aproveitar esse cenário é preciso entender o impacto de cada transformação e fundamental definir seus objetivos, planejar, preparar-se e ser criativo.
Cláudio Pereira diz que a “comoditização” acelerada de produtos, estratégias e “até de pessoas” é um dos efeitos da globalização em quase todos os mercados, e isso sem dúvida está acontecendo também no mercado de óleos básicos, e infelizmente resulta em uma “tremenda” pressão sobre os preços e margens no mercado.
“Já presenciei esse “movimento em cardume” em diversos mercados, e no mercado de óleos básicos um dos efeitos principais é o excesso de oferta de óleos básicos Grupo II e III no momento atual, excesso este que vai aumentar ainda mais nos próximos anos, com os novos projetos de incremento de produção em curso para óleos Grupo II/II+, III/III+, IV e V. Além disso, a demanda global de lubrificantes têm uma previsão de crescimento bastante “nebulosa” para os próximos anos, o que pode potencializar ainda mais o excedente de oferta, tanto de óleos básicos, como também de lubrificantes, já que a maioria dos novos projetos em óleos básicos são de empresas integradas na produção de lubrificantes”, alerta Pereira.
Os preços e “prêmios de qualidade” de óleos de alta qualidade, diz, se reduziram drasticamente no mercado internacional, e esta é uma tendência de longo prazo que já está impactando no mercado brasileiro, porém a volatilidade do mercado também aumentou bastante, e com isso também há um aumento significativo dos riscos e incertezas associadas a essa volatilidade crescente. “Mas reforço, que sabendo como lidar, entre outros fatores, com esta volatilidade crescente, há grandes oportunidades para o mercado brasileiro na importação de óleos básicos de alta qualidade e com preços competitivos, sejam as empresas formuladores (pequenos, médios ou grandes), distribuidores ou traders”.